domingo, 30 de maio de 2010

O futuro é teu

Os jovens de hoje em dia não são mais os mesmos… Numa sociedade liberal e permissiva são inúmeros os problemas com que nos deparamos.

O fenómeno da criminalidade juvenil é um deles e, apesar de as autoridades garantirem que Portugal permaneça seguro se observados os níveis europeus de criminalidade, o nosso sentimento enquanto cidadão é bem diferente, perante a proliferação de assaltos, pequenos crimes (roubos para a compra de droga), o crescimento do número de traficantes e consumidores de estupefacientes, a impunidade que recai sobre os jovens é sem dúvida um incentivo contundente à prática do crime.


Não julguemos, pelo senso comum, que este fenómeno está intimamente relacionado com as classes mais desfavorecidas, como alertam várias entidades, pelos muros dos condomínios de luxo, por trás da faceta dos “bons hábitos familiares”, ou seja, entre as classes mais protegidas existe uma população de delinquentes que raramente é punida e cujos actos nunca chegam aos nossos ouvidos.
Considerando que a juventude simboliza o futuro de qualquer nação, são portanto, necessárias medidas urgentes para evitar que os jovens caíam aos poucos como presas no mundo do crime.
Aposta em ti, dá o exemplo, lembra-te: O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.

O tráfico de droga e os jovens

Um terço dos detidos por tráfico de droga têm entre 16 e 21 anos de idade. A escola pública regular não tem resposta para os jovens delinquentes.


São números alarmantes. Um terço dos detidos por tráfico de droga, em 2009, tem menos de 21 anos de idade. Aos 16 anos de idade, é suposto um jovem frequentar a escola. Não é razoável que tenha por actividade principal o tráfico de droga. Mas é isso que acontece com milhares de adolescentes de centenas de escolas portuguesas. E há ainda os que vendem droga mas não podem ser detidos porque têm idades inferiores a 16 anos.

Um terço dos 4847 suspeitos detidos por tráfico de droga, no ano passado, eram jovens entre os 16 e os 21 anos. As conclusões constam do Relatório Anual de Segurança Interna e fundamentam-se na actividade operacional das forças de segurança. As autoridades assinalam que há cada vez mais jovens a dedicarem-se ao pequeno tráfico.

"É possível constatar que os detidos são predominantemente de nacionalidade portuguesa, do sexo masculino, com mais de 21 anos, mas não é de menosprezar o facto de cerca de um terço se inserir no grupo etário entre os 16 e os 21 anos", refere o documento. Feitas as contas, estes jovens correspondem a 1257 dos detidos, mais de 300 que no ano anterior (953).


O que pode a escola fazer por estes adolescentes? Tal como está organizada, a escola regular não pode fazer grande coisa. Os jovens com menos de 18 anos de idade que vendem droga dentro e nos arredores da escola precisam urgentemente de ser separados dos restantes. Têm direito à educação e à formação profissional mas não adianta mantê-los na escola regular. A criação de escolas de retaguarda, em regime de internato, com um código de conduta rigoroso e meios adequados para os fazer cumprir as regras, pode fazer toda a diferença.

Esses adolescentes precisam de formação profissional a sério. Mas ainda precisam mais de algo que as escolas públicas regulares não são capazes de lhes darem: aquisição de bons hábitos de trabalho, nomeadamente respeito pela pontualidade, assiduidade, cumprimento de regras, obediência e capacidade para prestar atenção e seguir as instruções dadas pelos professores. Sem a aquisição desses bons hábitos de trabalho é impossível salvar esses adolescentes da pobreza, do crime e do desemprego.

PUBLICADA POR BLOCO DE ESQUERDA- PORTIMÃ 11/4/2010

sábado, 29 de maio de 2010

Notícia RTP

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - Dois rapazes e uma rapariga menores foram detidos pela suspeita de dezassete roubos, com arma branca, a estudantes nas zonas da Cidade Universitária e do Campo Grande, em Lisboa, anunciou hoje a PSP.

Os jovens, com idades entre os 14 e os 16 anos, pertencem a um grupo de quatro indivíduos que actuava naquelas zonas e que provocou um "enorme sentimento de insegurança naquela área e essencialmente na comunidade estudantil", adianta a PSP em comunicado.
As vítimas eram estudantes que os jovens abordavam em locais mais isolados ameaçando-os com uma faca. Agarrados de uma forma violenta para impedir que resistissem, os jovens eram depois despojados dos seus haveres.
Apesar de haver poucas denúncias formalizadas, "supostamente por comodismo ou descrédito na justiça, esta situação chegou ao conhecimento da PSP", que reforçou a vigilância policial, através de elementos à civil, para interceptar os autores destes ilícitos, que acabaram por ser detidos na quinta-feira, adianta a polícia
Nesse dia, o grupo voltou a atacar três estudantes, mas os elementos policiais que se encontravam à civil a vigiar aqueles estabelecimentos de ensino imediato localizaram e interceptaram os suspeitos, tendo ainda recuperado cinco telemóveis roubados.
Após serem interceptados, surgiram vários estudantes que, ao aperceberem-se da situação, informaram a polícia de que tinham sido vítimas de roubo, mas nunca formalizaram as queixas.
Os suspeitos foram sujeitos a diversas diligências processuais e foram reconhecidos pelas vítimas, tendo-lhes sido imputado pelo menos 17 roubos cometidos entre os dias 06 de Fevereiro e a passada quinta-feira.
"Através das declarações das vítimas ficou demonstrado a agressividade, impunidade, habitualidade e frieza com que os suspeitos actuavam", refere a PSP no comunicado, acrescentando que o quarto elemento do grupo já se encontra devidamente identificado.
De acordo com a PSP, os jovens não exercem qualquer profissão e efectuavam estes assaltos para satisfazer as necessidades diárias, havendo "fortes suspeitas" de que sejam autores de muitos outros ilícitos.
A polícia vai continuar a desenvolver as investigações para confirmar estas suspeitas e tentar recuperar o restante material roubado.
Os dois menores 16 anos foram presentes no Tribunal de Família e Menores de Lisboa e, dada a gravidade dos ilícitos praticados, foram internados em instituições de reinserção social em regime fechado
O detido de 16 anos irá ser presente hoje no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para primeiro interrogatório judicial.

Tráfico de Droga no Algarve, Grande reportagem RTP1

Entrevista a um ex recluso

A fim de alargar os nossos horizontes, e como somos umas criaturas, digamos, um pouco curiosas, decidimos mergulhar e conhecer um pouco mais deste mundo tão complexo.
Para efeito, realizamos uma entrevista a um ex-recluso que, melhor que ninguém, sabe qual o preço a pagar por praticar acções socialmente condenadas.
(Uma vez que a entrevista é bastante longa iremos colocar apenas algumas perguntas com os respectivos excertos, caso tenhas curiosidade em lê-la por completo, poderás fazê-lo na nossa revista que será publicada em breve!


Sexo: Masculino
Idade: 26



Qual a primeira impressão ao entrar numa cadeia, e qual o ambiente?

É péssima. Primeiro não sabes o que te espera, eu já tinha ido lá visitar, mas o estar lá dentro é completamente diferente.
Quando entrei estava quase a fazer os vinte anos, e a verdade é que sentia-me um miúdo ali dentro. Puseram-me logo numa camarata com 18 pessoas, de várias nacionalidades, e não sabes o que pode acontecer. Temos de estar sempre atentos, em alerta… Não dormes descansado, passas as noites em branco, sempre com medo e receoso do que possa acontecer. (…) É um mau ambiente lá dentro, é bastante difícil adaptar-te aquilo…


Pode descrever brevemente um estabelecimento prisional, referindo as condições em que vivia (cuidados básicos)?

As instalações não estão preparadas, não há condições!
Primeiro existem divisões, isto é, há celas que estão destinadas normalmente a uma ou duas pessoas, e praticamente é nestas que estão os reclusos mais conflituosos.
Por exemplo nas celas não existe casa de banho, por isso, eles vão sempre às públicas, mas também sabem que a partir da hora em que trancam tudo não há casa de banho para ninguém.
Depois tens as camaratas, e o número de pessoas aqui varia muito, pois depende da lotação, mas geralmente, há entre seis, doze ou catorze reclusos.
Na verdade, são praticamente um “quarto pequeno” com pessoas umas em cima das outras… onde tens casa de banho, separada por uma cortina, mas o engraçado é que não tens sanitas, tens buracos, um quadrado praticamente.
A nível da higiene pessoal, existe uma hora certa para duche, sempre de manhã. Claro que tomas banho num balneário enorme, e nem sempre tens água quente, pois se tiverem todos juntos a tomar banho, esquece… a quantidade de água é pouca e para além disso é fria, por isso tens de ser esperto e chegar logo em primeiro.
Tens sempre horas definidas. As celas e camaratas abrem-se às sete da manhã, que é a hora do pequeno-almoço, á uma hora, servem o almoço e por fim encerram as celas às sete. Durante o dia podes estar no recinto, na camarata, a trabalhar, a estudar, ou mesmo a passar o tempo no salão de jogos, biblioteca ou no ginásio. (…)
No estabelecimento prisional existe também um espaço “muito curioso”, que são as solitárias, isto é, é um espaço de castigo, em que não tens água, nem luz, e o teu intervalo é fora dos recintos dos colegas, reduzindo-se a 10 ou 15 minutos.


Quanto a sua relação com os restantes reclusos e inclusive com as autoridades, considera estável ou conflituosa?

É muito complicado… porque formam-se sempre grupos, e sabes que se quiseres sair tens de ter um bom comportamento, e isso implica afastares-te desses gangs.
Lá és muito discriminado, sobretudo se és uma pessoa com apoio familiar, que não se evolve em conflitos.
Eu tive nos primeiros dois, três meses tive problemas, porque tive de ganhar a minha autoridade, para que se não me roubassem constantemente e sem qualquer problema (chegam ao pé de ti e tiram-te a roupa, a comida que os teus familiares te trazem, etc.). No fundo se queres sobreviver lá dentro, tens de impor o teu respeito! (…)
Era um ambiente muito pesado, porque por exemplo, em Faro, havia “porrada” todos os meses, quando não era entre nós, era entre reclusos que queriam bater em guardas, cheguei a assistir inclusive a várias rusgas e à actuação da Polícia de Intervenção, que leva tudo pela frente, tenhas feito alguma cena ou não!
Resumindo e concluindo, para que não me ameaçassem, tive que impor muitas vezes o meu respeito, e o caminho era a pancadaria. A prova disso é que chegaram a partir-me a cana do nariz com um ferro, e outra vez parti o pulso. É assim, para impor o respeito, não podes mostra-te frágil, se não já sabes, se aquilo já é um inferno, se não te impões, ou ficas maluco ou não consegues sobreviver.


Como foi a sua experiência pessoal durante o período em que este esteve preso?

Má! Mesmo muito má! (…) Entras num ambiente que vês que não é o teu, com pessoas que não estás à espera. Sobretudo nos primeiros meses é muito constrangedor, um bocadinho forte. (…)
Para conseguir viver lá dentro (…) entreguei-me ao mundo do trabalho e no mundo da escola, era um bem essencial para mim, pois tens de saber jogar… praticamente trabalhei, na cozinha (desde lavar pratos, a cortar os alimentos, até a cozinhá-los) e ao estudo, comecei a concluir o nono ano e passava grande parte do tempo na camarata a ler. Depois para distrair-me, já numa fase mais avançada, comecei a frequentar o salão de jogos (existiam apenas cartas, domino, etc.)
Isto aliado ao facto de ter uma família presente, atenciosa, uma casa e uma condição estável para quando saísse constituíam verdadeiras “extras” num bom comportamento. (…)
Lá dentro, como todos os outros reclusos, tinha acompanhamento de uma psicóloga que avaliava o meu comportamento e todos os meses realizava um relatório sobre a minha evolução. (…)
No fundo, em Faro foi onde melhor tive, porque quando fui transferido para Beja, foi muito mais difícil. Tinha de começar tudo de novo, o regime era completamente diferente, muito mais rígido, por exemplo, tinhas de pedir licença ao guarda para te sentar, para ir almoçar, não podias tirar a blusa, tinhas de falar muito baixo … no fundo um universo de regras muito rígidas


Esta situação afectou-lhe psicologicamente, deixando sequelas, ou acabou por se adaptar?

Nos primeiros meses, confesso, que andei muito perturbado, vi situações das mais inimagináveis e repugnantes… Mas como sabia que um dia tinha de sair de lá, a medida que consegui a precária, e que o fim se aproximava consegui ficar mais calmo.

Esta experiência alterou a sua visão sobre o modo de estar na vida? Considera enriquecedora?

Enriquecedora como pessoa não, porque sai-se dali frustrado! (…) Mas a verdade é que depois de sair, tens uma visão completamente nova. Por nada deste mundo quero voltar para lá. As pessoas não sabem o que aquilo é, e antes de falar e julgar um recluso ou ex-recluso, têm de conhecer como é aquilo lá dentro, o que eles passaram, o que eles foram e o que eles são agora!

Entrevista ao Subcomissário e Sargento (integrado no projecto Escola Segura) da PSP de VRSA

1. Qual o cenário de Criminalidade em VRSA?

Subcomissário: Aqui em VRSA, e concretamente também na zona do Sotavento [algarvio], na zona de Castro Marim, Tavira, Alcoutim… a criminalidade comparada com outras zonas do país é reduzida. (…) A criminalidade violenta é quase inexistente, a criminalidade de roubos, assaltos, os carjacking’s muito famosos é também muito reduzido.
Em concreto, [relativamente a] o Conselho de VRSA e em relação à Escola Secundária, a criminalidade também não é significativa. […] a única situação que nos preocupa, e a qual temos tentado combater é a questão do consumo de estupefacientes, consumo especialmente de haxixe, que hoje em dia está muito banalizado entre as camadas jovens, camadas muito jovens, crianças, pode dizer-se que são crianças de 10, 11, 12, anos .
Já intersectámos alguns alunos ali na Escola [Secundária] a vender estupefacientes, haxixe.


2. Quais os crimes com mais ocorrência?

Subcomissário: Grafittis há muitos, comparando com Olhão ou Faro, há muito poucos. Há aí uns menores que se dedicam a esses graffitis, mas eles não andam na Escola Secundária, são quase tudo rapazes que ainda andam na escola preparatória [Escola Eb, 2 e 3]. Praticam alguns graffitis mas também não tem especial relevo.
Mas, em termos de graffitis aqui, rapazes aqui de VRSA que façam isso, há aqui alguns casos mas também não têm assim especial relevo. […]
Outros crimes, o que acontece às vezes é quando se juntam em grupos, quando se encontram em grupos praticam alguns actos que podem ser comparados com crimes, que é agressões físicas uns aos outros, danificarem o imobiliário público, os candeeiros, envolverem-se em zaragatas de ofensas à integridade física, de baterem uns aos outros, e pouco mais que eu me esteja a recordar. Mas estes menores que se envolvem nestes ilícitos até nem andam na [Escola] Secundária, são menores com 12, 13, 14 anos e em alguns deles a escolaridade é quase nula, ou seja, já abandonaram o ano em cursos chamados PIEFs para serem recuperados, que não é fácil.


Existem ainda…

Sargento: Os furtos de telemóveis, a pequena questão a que chamam bullying, mas aqui ainda é uma coisa muito… não podemos chamar bullying…


(…)

Sargento: [Relativamente ao] Interior do estabelecimento de ensino, epá isso [ocorrências] há sempre, mas são situações que na sua maioria são resolvidas com o Conselho Executivo. Mas o Conselho Executivo chama-nos quando ele não tem capacidades para resolver certo tipo de problemas, quando são coisas entre eles, portanto, é com a Direcção de turma.



3. Qual a frequência dos ilícitos?

Subcomissário: [Relativamente] À frequência dos ilícitos não se pode estabelecer uma frequência. Não se pode estabelecer uma frequência, não há uma média diária nem mensal. É pouco frequente.

Sargento: Aqui em Vila Real relativamente aos jovens que temos e aos poucos estabelecimentos de ensino que temos, comparativamente com Faro e com outras grandes cidades. Por exemplo, podemos ter aqui um mês se calhar com 3, 4, 5, 6 ilícitos, quer seja furtos, alguma violência, como no mês a seguir podemos não ter nada. Aqui, eu costumo dizer: de Inverno, normalmente, muito poucas ocorrências, de Verão, sim, mais ocorrências. Nós, por exemplo em Outubro, Novembro, Dezembro, chegamos a ter aqui meses inteiros sem uma ocorrência, uma ocorrência que se possa dizer um furto de um telemóvel, uma agressão, …


4. Qual o tipo de ocorrências e onde ocorrem?

Subcomissário: Elas ocorrem, portanto, no próprio recinto da escola, ocorrem também ali nas proximidades de alguns cafés e ali em frente mesmo à porta principal da escola. Ocorrem junto da estação da CP, é uma zona para a qual eles vão muito. E depois há ali uns bairros complicados. Ocorrem nos jardins, naquele jardim ali em baixo junto ao Complexo Desportivo. Ocorrem ali junto àquele jardim junto ao rio, também ali junto à Câmara já tinham sido vistos menores a danificar o imobiliário, as luzes. E pronto não há um local de ocorrência de ilícitos de violência criminal propriamente identificados, violência juvenil identificada. É um pouco por todo o lado, digamos assim.


5. Entre que faixas etárias?

Subcomissário: Eu acho que a faixa etária mais preocupante é entre os 12… Até aos 15 anos.

Sargento: Temos agora aqui um [indivíduo] em mão em que o mais velho tem 14 anos. É assim, contrariamente ao que se possa pensar, a grande parte dos ilícitos ocorrem entre os 11, 12 até aos 14, 15 [anos].


Uma explicação plausível ….


Subcomissário: Isso também tem uma explicação, é que esses alunos, geralmente, quando já levam uns caminhos de tal maneira transviados já não chegam ao secundário. Andam nos PIEFs na Escola D. José I e dali não passam, e são esses que causam os problemas, porque quem anda na Escola Secundária é porque tem capacidade para andar ali… também os há, obviamente que há, mas a maioria deles são já pessoas que querem estudar.

Sargento: Quem chegou ao 10º ano foi porque se calhar sabia, porque se calhar estudou. Estes daqui por exemplo [os que estão detidos neste momento], este miúdos muito dificilmente vão chegar a um 10º ano.

Subcomissário: A faixa etária é entre os 12 – 16 anos, a partir dos 16 anos já são responsáveis criminalmente e, portanto, aí se calhar eles também percebem isso. [Aténs dos 16 anos] Aí não são criminalmente punidos, digamos assim.


6. Qual a possível razão dos incidentes?

Subcomissário: Há uma razão principal que é a desestruturação familiar, porque esses menores, os que mais cometem ilícitos, provêm de famílias desestruturadas, seja por questões económicas, porque os pais são pobres, seja porque os pais se divorciaram e só a mãe é que cuida dos filhos e não tem capacidade para tal, ou seja porque os pais são negligentes, completamente negligentes e não demonstram quaisquer aptidões para ser pais. (…) Há aí famílias supostamente funcionais e que não são porque os pais são negligentes, porque os pais negligenciam os filhos, deixam-nos ao abandono praticamente. Os pais querem viver a vida deles e deixam os filhos à margem, e depois os filhos tomam caminhos que se calhar por vezes não eram os mais adequados.

(…)

Os pais, os tutores, são maus tutores, e daí os filhos não têm onde se agarrar. Se não têm onde se agarrar vão-se agarrar a quê? Aos grupos de amigos, à internet porque têm os amigos na internet, aos grupos de amigos que estão na rua, e claro, os pais mantêm-se à margem da educação dos filhos, e depois dá mau resultado.

Sargento: Hoje em dia, torna-se mais preocupante a própria educação para pais, educar os pais, do que propriamente os miúdos. Se tu fores um bom aluno, se te portares bem, não foi porque aprendeste na escola, não é verdade? Foi porque aprendeste onde? Em casa, com o que viste.

Subcomissário: No outro dia na universidade um professor disse que estamos a viver as piores gerações de pais que a humanidade já viu.


Subcomissário: Bom, como eu estava a dizer, o consumo de estupefacientes, esse haxixe é problemático porque, para além dos danos que provoca na saúde dos jovens, contribui para que eles cometam às vezes idiotices, e desculpem a expressão, principalmente andarem na rua a partirem, às vezes, carros, dá-lhes para partirem os espelhos, é a violência gratuita… porque lhes apeteceu, nem é porque dali obtêm qualquer lucro ou qualquer benefício


7. Qual a influência dos videojogos?

Sargento: Esses jogos de vídeo e a internet, tudo isso que temos hoje em dia, foi, na sua grande maioria, aproveitado para fazer o mal, ou seja, em vez de termos aproveitado para o bem, para se explorar, hoje em dia não, é os namorados que metem fotografias das namoradas na internet, é o miúdo que na escola mandou uma faca a outra ou diz que a mata com uma pistola porque via nos jogos da internet, os próprios videojogos, hoje em dia, os mais bonitos, os mais chamativos são aqueles que têm sangue, que aparecem com sangue…


Subcomissário: Nós, [em relação a] esses jovens menores, temos alguma [actuação]. Para já, tem que se dar conhecimento sempre à CPCJ, que é a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em risco, e quando esses jovens cometem ilícitos, não se podem chamar ilícitos criminais, mas por serem menores é dado conhecimento ao Tribunal de Família de menores. Agora nós, Polícia de Segurança Pública, através essencialmente do programa Escola Segura fazemos o acompanhamento desses jovens.

Mas …

Não é fácil… não é fácil porque nós não temos grande capacidade de decisão sobre a vida deles, terá o Tribunal de Menores, a CPCJ e a própria escola também, agora nós não, temos é que colaborar essencialmente com essas comissões, com a escola e com o Tribunal de Família de menores… e nas vivências aqui do dia-a-dia, saber onde é que eles andam, o que é que eles fazem, é um pouco mais que podemos fazer. Nós não podemos obrigá-los a ir à escola, nós não podemos obrigá-los a ficar em casa, portanto, temos é o dever de acompanhar e de informar quem tem essa capacidade de decisão, nomeadamente o Tribunal de Família de menores e não, pura e simplesmente, desistir desses jovens.

(…) Mas na medida do possível tentamos o acompanhamento, e é isso essencialmente.


Queres entrar? É isto que queres, ou vais pensar duas vezes?

Entrevista a uma pessoa próxima de um recluso

A visão que temos do mundo por detrás das grades é muito pouco elaborada face à verdadeira vida que lá corre. Sómente quem lida com essas vidas escondidas é que pode entender a violência psicológica que recai sobre si próprio, sobre quem gosta de um prisioneiro e quem o acompanha.



Idade: 37
Sexo: Feminino

Que ligação tinha com o recluso?
Era meu parceiro, meu namorado … tínhamos uma ligação muito forte.

Considera o indivíduo”boa pessoa”?
[…] Ele é boa pessoa. É um pobre diabo, como costumo dizer. Ele não agia por maldade, apesar de prejudicar as pessoas era tudo por dependência da droga.
A droga estava acima de tudo. O dinheiro que tinha não chegava por isso roubava. Principalmente ouro (…) depois vendia em Espanha para trocar por droga.
O que motivou a agir ilegalmente?
Como eu já disse, ele tinha um problema, era toxicodependente.
O corpo dele precisava dessas substâncias, caso contrário, ele ficava com muita ansiedade…completamente descontrolado.

Qual a pena imposta? Considera que a condenação foi justa?
Apanhou nove anos de cadeia, e com muito esforço, gastei elevadas quantias de dinheiro e consegui pagar um advogado para elaborar um recurso e reduzir-lhe a pena para menos dezoito meses. Não… porque acho que foram demasiados anos, embora ele tivesse antecedentes criminais, todos eles relacionados com o roubo, nove anos é muito tempo. No fundo, ele foi apanhado em “flagrante” no próprio bairro, a roubar ouro na casa de uma vizinha. Porém, tenho de admitir que os seus roubos não se limitaram a esta zona.

O sucedido teve influência na relação?
Sim teve… a relação não ficou igual de maneira nenhuma!
Ele foi levado no próprio dia de casa, foi para o posto… quando o vi estava com umas algemas, e não é uma situação nada agradável.
Depois os meus pais também não reagiram bem, e a verdade é que o ambiente em casa tornou-se pesado.

[…] Só o via uma duas vezes por semana, às quintas e aos domingos, e não estabelecíamos um contacto muito próximo, ou seja, não tínhamos intimidade, e isso obviamente afecta a relação, esta já não é a mesma. (…) Quando o vi pela primeira vez passados dois anos, ele pareceu-me um estranho.


Considera que a experiência como recluso modificou o comportamento e a atitude, levando-o ao arrependimento?
O seu comportamento não se alterou, porque o ambiente lá é mais perigoso, a situação é mais difícil, a verdade é que lá há mais tráfico de droga, os próprios guardas prisionais participam e ganham imenso dinheiro com isso, pois facilitavam a entrada de drogas e telemóveis lá dentro, pois estes materiais lá dentro são mais caros.



Esta situação afectou-lhe psicologicamente, deixando sequelas, ou adaptou-se?
Opa…são experiências diferentes. Embora eu tivesse consciência de que a situação estava a deplorar-se e que o seu comportamento não estava a mudar, sentia que não era a altura ideal para me afastar dele, pois estava a passar por uma situação difícil.
O ambiente é horrível, cinzento!


Pode descrever brevemente um estabelecimento prisional?
Bem aquilo é horrível. Imagina o que é estares fechado durante 5 anos, sem veres uma criança, um animal, uma mulher, só vês homens, grades, paredes. Estás muito condicionado… não vês nada. Imagina viveres 24horas rodeado de homens, depois conviveres com eles num pátio que é do tamanho desta escola. Claro, há “meninos” daqueles que andam às voltas mais de 15 dias porque já não sabem sequer o que fazer. Aquilo “dá cabo da cabeça”, só que está habituado a viver lá dentro é que suporta.


Na infância e na adolescência o indivíduo já demonstrava sinais de delinquência e comportamento anti-social?
Sim, a primeira vez que foi preso tinha 16 anos, por pequenos roubos em super-mercados, e a medida que aumentou a sua dependência pela droga o número de roubos cresceu, como também os objectos procurados eram de um valor cada vez maior.

Tinha antecedentes familiares no mundo do crime?
A família dele não têm antecedentes criminais, é uma família normal, apesar de viver num bairro social problemático. Acho que isso não está muito relacionado, porque em todos os lados há pessoas boas e más. Por isso, foi mesmo a sua grande dependência face a droga que influenciou a sua acção.

Bulling: Um crime? E as vítimas? (SIC Grande Reportagem)

Delinquência Juvenil na Europa

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dia aberto

Os inquéritos...

Para tentar avaliar os comportamentos dos alunos da nossa escola e analisar as suas tendências anti-sociais e para a delinquência procedemos à aplicação de um inquérito. Nos diversos gráficos e notas que aqui vês encontras uma breve análise dos dados recolhidos.


# No ensino básico existe uma tendência significativa para comportamentos anti-sociais e simultaneamente de delinquência (29% dos inquiridos revelam comportamentos anti-sociais e de delinquência).
# A tendência para a delinquência è aquela que apresenta menor percentagem entre os alunos inquiridos (3% dos alunos inquiridos revelam tendências anti-sociais)
" Quase 50% dos alunos inquiridos não apresentam tendências anti-sociais ou para a delinquência.





# A população masculina apresenta uma maior tendência para a delinquência (36% dos alunos inquiridos revelam tendências para a delinquência) do que a população feminina (apenas 5% das alunas inquiridos revelam tendências para a delinquência).
# A população feminina evidência uma maior tendência para comportamentos anti-sociais (5% das alunas inquiridas revelam tendências anti-sociais) do que a população masculina.
# Em ambos os sexos existe uma percentagem significativa de alunos que não revelam tendências quer anti-sociais, quer para a delinquência (60% da população feminina e 43% da população masculina).



# No ensino secundário existe uma elevada tendência para a delinquência (40% dos inquiridos revelam tendências para a delinquência).
# Apenas 2% dos alunos revelam tendências anti-sociais.
# Existe uma percentagem significativa de alunos (27%) com tendências anti-sociais e para a delinquência em simultâneo. Ainda assim, mais de 30% dos alunos inquiridos não revelam nem tendências anti-sociais nem para a delinquência.

# Os dados recolhidos no ensino secundário corrente e no ensino secundário profissional/ tecnológico são bastante semelhantes.
# Nos dois tipos de ensino verifica-se uma elevada tendência para a delinquência (40% dos inquiridos revelam tendências para a delinquência em ambos os tipos de ensino).
# Existe uma fraca tendência para comportamentos anti-sociais em ambas as populações inquiridas.
# No ensino secundário corrente existe uma maior tendência anti-social e para a delinquência em simultâneo (28% dos alunos inquiridos) do que no ensino profissional/tecnológico (25% dos alunos inquiridos).

# Quer a população masculina quer a população feminina apresentam uma elevada tendência para a delinquência. Entre os inquiridos, 42% dos alunos apresentam tendências para a delinquência, indicador que decresce para 37% nas alunas.
# A população masculina apresenta uma maior tendênca anti-social e para a delinquência em simultâneo do que a população feminina (39% e 17% dos inquiridos revelam tendências anti-sociais e para a delinquência, respectivamente).
# No geral, a população masculina apresenta uma maior tendência para comportamentos desviantes do que a população feminina (42% das alunas inquiridas não apresentem tendências anti-sociais ou para a delinquência, valor que nos alunos è de apenas 19%).

# A população masculina apresenta uma maior tendência para a delinquência do que a população feminina (43% dos rapazes inquiridos revelam tendência para a delinquência, valor que regride para os 33% no casos das raparigas).
# A população feminina apresenta uma maior tendência anti-social do que a população masculina.
# Tanto nos rapazes como nas raparigas uma percentagem significativa de alunos, acima dos 30%, não revela tendências anti-sociais ou para a delinquência.

# Com base neste gráfico podemos concluir que entre as classes etárias alvo de inquérito, os alunos com 16 e 17 anos são aqueles apresentam maior tendência quer anti-social, quer delinquente, quer ambas as duas em simultâneo.
# A classe etária dos 18 aos 19 anos apresenta também uma elevada tendência para a delinquência.
# Verifica-se um maior número de alunos sem tendências anti-sociais e para a delinquência nas idades compreendidas entre os 20 e 22 anos.

Introspectiva Psicológica...

É perante esta realidade tão dramática com que nos debatemos no dia-a-dia que surgiu em nós o interesse por interpretá-la e desmembrá-la de modo a sintetizar e a ilustrar o cenário de criminalidade juvenil na nossa escola.




Introspectiva Psicológica





«Este breve estudo realizado pelos alunos do 12º ano Turma E, teve como intuito perceber porque é que existem jovens que ultrapassam as normas sociais, caindo muitas vezes em situações que se tornam completamente anti-sociais e/ou mesmo em comportamentos pré-delinquentes.
A ténue linha que separa um comportamento anti-social de um comportamento delinquente é por vezes muito frágil, tendo que ser analisado a nível jurídico, da psicopatologia e da sociologia. Porém, se um comportamento «anti-social» pode ser aceite pela comunidade juvenil, um comportamento delinquente leva a que essa mesma comunidade rejeite esse jovem e o ostracize, pondo-o de lado na maior parte das outras actividades. Todavia, ele é visto como aquele que faz frente à «autoridade», autoridade essa, que impõe normas de conduta que lhe parecem rígidas, ao contrapô-las com o ambiente que é vivido no seu meio familiar e social. »



José Azevedo, Psicólogo do SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) da
Escola Secundária de Vila Real de Santo António





Assim, procedemos à aplicação do questionário A-D que tem como objectivo analisar o grau anti-social e de delinquência de um indivíduo.




Associado a afirmações, de resposta Sim/Não, tais como "Cabular num exame ou teste, fazer batotoa nuam competição importante, divulgação de resultados, entre outros.", "Pregar partidas aborrecidas a pessoas, como empurrá-las ou fazer qualquer tipo de outras acções que possam colocar em causa a sua integridade física.", "Transportar e utilizar uma arma,faca ou navalha, para o caso de se envolver em alguma briga" e "Planear com antecedência entrar numa casa/vivenda etc para roubar ou tirar as coisas de valor", demos início ao estudo comportamental dos alunos da nossa comunidade escolar.

Realidade Problemática

Segurança
Criminalidade juvenil subiu 10%
por VALENTINA MARCELINO, 25 Março 2010



"O crime reduziu pouco em 2009: 1,2% no geral e 0,6% nos violentos. Foi o segundo pior ano da década.

Primeiro a parte boa: criminalidade desceu em 2009. Depois a menos boa: só desceu 1,2% nos crimes gerais participados às autoridades e um quase nada 0,6% na violenta e grave, percentagens que se fossem a subir seriam facilmente transformadas em "estagnação". Em termos brutos, o valor alcançado pela criminalidade geral (416 058 crimes) foi o segundo pior da década e o da violenta (24 163) o terceiro pior desde 1999. No ano passado tinham sido, respectivamente, o pior e o segundo pior.

Segundo dados do Relatório de Segurança Interna (RASI) de 2009 a que o DN teve acesso, dois crimes a registar aumentos, foram a criminalidade juvenil (cometida por menores de 16 anos) e os crimes sexuais. No primeiro caso houve um aumento de 10%, o que confirma a tendência de subida que estes casos vinham a registar e que só foi travada no ano passado, com uma diminuição brutal - e nunca bem esclarecida - de 42% deste tipo de criminalidade.

Em relação aos crimes de natureza sexual, o RASI indica um aumento de 13%. As participações dos casos de violação subiram 21%, com um total de 375 casos registados, um valor que só foi ultrapassado, na última década, em 2002, como 404 casos, e em 2003, com 391. Houve ainda um crescimento das participações de abuso sexual a crianças de 14%.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o secretário--geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes quiseram mostrar optimismo nos poucos números apresentados. "Mais do que a diminuição percentual, o importante é que se inverteu uma tendência de subida que se vinha a registar nos últimos anos", dis- se Rui Pereira. "Num ano de cri- se como o de 2009, uma diminuição da criminalidade é por si mesmo bom", acrescentou Mário Mendes.

Os dados que ontem disponibilizaram, após o documento ter sido aprovado no Conselho Superior de Segurança Interna, presidido pelo primeiro-ministro, José Sócrates - só hoje será divulgado o relatório na sua totalidade - apenas destacavam as evoluções positivas. É o caso do 'carjacking', dos roubos a bancos, ou dos homicídios (ver caixa).

O ministro destacou que Portugal se mantém no topo da tabela europeia, como país mais seguro com uma taxa de 37,7 crimes por 1000 habitantes (a média da Europa é 67,7) e que 12,6% (52 412)dos crimes registados resultado da "proactividade policial", ou seja, de uma maior fiscalização ou sensibilização das pessoas para denunciarem os crimes.

Mário Mendes deu nota da crescente "violência desproporcionada" em alguns crimes registados. "Um caso paradigmático", contou o juiz conselheiro, "aconteceu há pouco tempo, quando três indivíduos com armas de fogo assaltaram uma senhora apenas para roubar ... um iogurte e uma pastilha elástica"."

DN Portugal

GANGS


Os Gangs, um fenómeno que tem invadido o quotidiano português...

A explosão da Criminalidade Juvenil

# «Em 2005, a PSP registou um aumento de quase 7% da criminalidade juvenil, e a PJ investigou mais casos de assaltos à mão armada com adolescentes. A situação é preocupante!»
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# «O crime está a mudar em Portugal. De acordo com as autoridades policiais, tem novas características: mais violência e mais jovens em idades muito precoces, dos 12 aos 16 anos a praticá-lo.»
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# «Antes, os agressores estudavam os alvos e planeavam os actos, tentando diminuir os riscos. Agora partem para os actos com o que chamam “fezada”.»
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# «A maioria destes jovens provê de bairros degradados, sujeitos a fenómenos de imigração, marginalização, de famílias disfuncionais, em que falha a supervisão, com percursos escolares problemáticos e de baixas habilitações profissionais»
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# «São adolescentes que encontram no mundo do crime tudo o que sonham, até valorização social»
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# «Portugal tem perto de 8600 jovens organizados em 'gangs', os quais vivem essencialmente nas periferias e em 'territórios' onde a Polícia não tem acesso»



Estes são alguns dos fenómenos que nos levaram a debruçar sobre esta temática, dada a explosão de criminalidade na juventude portuguesa.
É de facto um problema constante e em progressivo crescimento.

Apresentação


Olá, cibernautas...
No âmbito da disciplina de Área de Projecto, no ano lectivo de 2009/2010, nós, cinco cabeças pensantes, da turma E do 12ºano, propusemos-nos a desenvolver um projecto relativo à Delinquência juvenil, um problema tão em voga no mundo actual que descarta apresentações.
Assim, e de acordo com o nosso curioso interesse por este tão complexo universo, decidimos iniciar um estudo relativo à criminalidade juvenil na Escola Secundária de Vila Real de Santo António.
Com este objectivo, fomos devidamente orientados pela professora responsável, a professora Ângela Luís, e pelo Doutor Azevedo, psicólogo responsável pelo SPO.
Iniciámos o estudo com a realização de um inquérito, o chamado A-D, que previa analisar os comportamentos da comunidade escolar a nível do seu grau anti-social e de delinquência.
Mais tarde, e analisados os dados recolhidos, iniciámos um estudo mais particular através de entrevistas que realizámos tanto à persectiva exterior de uma pessoa que acompanhou um recluso, como a um ex-recluso que se disponibilizou para actuar no alargamento dos nossos conhecimentos relativamente à vida no interior de um estabelecimento prisional. Por fim, e como não poderíamos deixar de referir, realizámos uma entrevista ao subcomissário da PSP de VRSA, com o objectivo de conhecermos o cenário de criminalidade juvenil na cidade, de sabermos os ilícitos mais cometidos, bem como as possíveis causas e a própria actuação das autoridades perante os jovens transviados.
Concluindo, pretendemos com este blog dar-te a conhecer um pouco da realidade que envolve a nossa escola, a nossa cidade e o nosso país.
Pensa duas vezes, observa, analisa e compreende que os caminhos a percorrer estão sempre nas tuas mãos e cabe-te a ti decidir qual o melhor e qual o futuro que pretendes atingir.
Bem haja!


Isa Duarte
Miguel Conceição
Rafaela Oliveira
Sónia Palma
Susana Martins